Crônica De Um Esquecimento: O Lento Declínio De Pasqual Maragall

Crônica De Um Esquecimento: O Lento Declínio De Pasqual Maragall 1

Crônica De Um Esquecimento: O Lento Declínio De Pasqual Maragall

Já só conversa nem sequer compreende o que vê. Já não recorre a esses artifícios que utilizava para conjurar o esquecimento, como se deixar a jaqueta pôr no encosto de uma cadeira, que colocava no meio do corredor, para lembrar vesti-las ao sair. Já mal compreende o que vê.

Já não brinca como no começo da doença: “Ontem estive até às tantas esperando as primárias americanas. Fiquei até as 4 da madrugada, esperando e esperando. Logo vi que eu estava falso de dia”. Já não fura caminhadas vespertinas de até 8 quilômetros em ritmo leve.

Mas existe um monte de pequenas coisas em que continua a ser Pasqual Maragall. Um passeio curto e com tiento. O carácter tranquilo. A inevitabilidade de ter os seus próximos. Algo daquele humor de antes. E a música, todo o dia da música.

Camarão da Ilha. Bach. Mayte Martín. Mozart. Durante o dia, claro. Mas assim como ao longo da noite: o ex-presidente dorme com uns auscultadores postos. A música a todo o momento. E a dança: primeiramente, pedia-lhe para dançar à tua mulher, Diana; imediatamente bem como pede para dançar ao cuidador. Em Portugal há 800.000 doentes de alzheimer e nenhum se parece com outro. Em Ode inacabada -teu inventário pessoal despachada, insuficiente depois de saber da doença, em 2007-, Maragall escreve: “Sofro um pesadelo: chegará o dia em que vou esquecer o nome de Diana, ou o meu”. Foi em Torroella de Montgrí, um público deles conta da catalunha. O velho socialista compareceu pra visualizar uma exposição fotográfica junto com tua filha Cristina e teu genro. Era uma mostra de retratos de personalidades políticas.

Lá estavam todos. Também um instantâneo de Pasqual Maragall. “Meu pai nem se reconheceu”. “Sempre tem um acrescentamento da volta do verão, insuficiente após deixar a casa de Rupiá e retornar a Barcelona. Mas o acrescentamento do verão passado foi percebido bem mais. Agora vai começar a custar andar com o ritmo de antes.

Ainda mais desorientado no espaço e no tempo. Há meio ano neste instante não poderá estar só, se preocupa se você está: você tem de alguém que lhe faça companhia, mesmo que esteja no sofá assistindo televisão. Muda as coisas de recinto. Mas, no final, o resto continua de ânimo calmo”. “. E depois, após uma resposta profunda e detalhada do prelado: “Por correto, o

Desde que Maragall conheceu o diagnóstico de sua doença e pôs em marcha uma fundação que leva o teu nome, para investigar a doença de alzheimer (2008), ocorreram muitas coisas. Algumas grandes e pra frente, como o Estudo Alfa da associação: uma investigação centrada pela detecção precoce e na qual participam 2.743 pessoas saudáveis, cuja evolução cerebral é analisada durante toda a vida.

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Outras pequenas e para trás: prontamente sabem, o caranguejo da doença de alzheimer. Esses passos de retrocesso. Então Maragall, escreveu: “O médico alemão de cujo nome não pretendo me lembrar acabará por obter a partida”. E nesse tabuleiro anda. Hoje se levanta entre as 8h00 e as 9h00.

É ajudado para se vestir, “porque, se fosse por ele eu iria com o pijama”. Toma seu suco de laranja, iogurte, café com leite, biscoitos. Toma seus remédios. Ao sair de dentro de casa estão a toda a hora seus acompanhantes. Às 10h15, consulte o centro de dia, onde passa a manhã assistindo filmes, exercitando a memória, ouvindo as notícias que lhes lêem ou tentando falar. Regressa a residência às 13.00 e come de tudo. “Se você não for cuidadoso você come o teu pão; é um feito reflexo: vem um prato e pensa que é teu”. Logo em seguida, dirige-se ao sofá. Sempre com o boné pôr do sol, antes jamais se punha. Deita e fecha os olhos. Às 15.00 vem Mauri, o zelador.

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